Quando se pensa que o rock já esgotou suas possibilidades e caminha para uma débil e eterna repetição de si mesmo, com as bandas voltando no tempo para angariar novas ideias, eis que surge a porra do Vampire Weekend e caga pra todo esse revival. A primeira crítica que li sobre esse disco era no mínimo suspeita. "Mistura rock com ritmos africanos", dizia. Ritmos africanos? Que merda é essa? Outro Live Aid? Paul Simon e suas tarimbas world music? Sting convocando uns músicos do Quênia pra uma turnê? Youssou N'Dour ganhou um rival? Não. A parada aqui é autêntica.
A banda novaiorquina foi eleita por vários veículos como a grande revelação indie de 2008. E, de fato, eles fizeram por merecer. A fusão com os ritmos africanos não soa ridícula como se imagina. "Mansard Roof" pode assustar um pouco, com sua batucada meio axé, mas é só impressão. Aos poucos, os ecos da savana vão diluindo-se, tornando as músicas mais uniformes e coerentes. "M79" ficou até meio conhecida aqui no Brasil, pois foi incluída num comercial da Vivo. "A-Punk" e "Campus" são as mais elétricas do disco, onde os teclados ficam mais em segundo plano, dando espaço para as guitarras aparecerem. "Bryn", pra mim, é a música do Calypso. Não sei porque, só acho seu começo parecido com alguma coisa da banda paraense. Mas é uma música bonita, meio triste.
"I Stand Corrected" se encaixaria fácil numa trilha sonora de qualquer filme. E o disco encerra, num apropriado clima de despedida, com "The Kids Don't Stand A Chance". É umas das coisas mais divertidas que tenho pra escutar. E se eles ganharam todos os elogios possíveis da mídia especializada, foi por mero merecimento.
01. Mansard Roof
02. Oxford Comma
03. A-Punk
04. Cape Cod Kwassa Kwassa
05. M79
06. Campus
07. Bryn
08. One (Blake's Got A New Face)
09. I Stand Corrected
10. Walcott
11. The Kids Don't Stand A Chance
Vampire Weekend
Você ainda vai rasgar meu coração
Há 7 anos
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