Cynic - Traced In Air (2008)

"Traced in Air" ostentou o título de um dos álbuns mais aguardados da história do Heavy Metal. O motivo para tamanha expectativa é simples: "Focus", estréia e único trabalho (até então) desse grupo norte-americano natural de Miami chegou às lojas em 13 de junho de 1993 e foi aclamado pela crítica e pelos fãs, e hoje é considerado um dos maiores clássicos da música pesada e um dos primeiros discos a explorar, com extrema maestria, a união entre a violência e a brutalidade do Death Metal com a exuberância técnica e os intricados arranjos do progressivos.


Mas, para decepção geral, o grupo se dissolveu durante o processo de composição do que seria o seu segundo disco, com a relação entre os seus integrantes ficando insustentável. Passados longos quatorze anos, a banda se reuniu para um giro pela Europa em 2007 e, animados com a receptividade do público, resolveram entrar em estúdio para gravar o seu tão aguardado segundo disco.

O line-up atual conta com os integrantes originais Paul Masvidal (vocal e guitarra) e Sean Reinert (bateria), agora com a companhia de Sean Malone (baixo) e Tymon Kruidenier (guitarra).

Musicalmente, o som do quarteto, como era de se esperar, evoluiu muito, mas manteve as características que fizeram a fama de "Focus", como a alquimia entre gêneros que vão do já citado metal ao rock, passando pelo jazz e o fusion. As passagens instrumentais constróem diferentes e variadas texturas sonoras, resultando em uma música muito rica e repleta de detalhes, com cada elemento se encaixando com perfeição em seu devido lugar.

A voz de Paul Masvidal está mais carregada de sentimentos do que nunca, transmitindo sensações que nos levam de um extremo ao outro, da raiva a alegria, da dor ao êxtase. Sua guitarra soa limpa até em excesso, o que faz com certas partes de algumas composições transmitam, de forma intencional, uma certa frieza ao ouvinte.

O grande destaque de "Traced in Air", para mim, é a bateria de Sean Reinert. Tocando absurdamente, Reinert espanta por sua técnica, não ficando restrito aos limites do que a banda se propõe a explorar, mas trazendo elementos de fora para tornar o som do grupo ainda mais complexo e cativante. Ele é o contraponto perfeito de Masvidal. Se a guitarra de Paul é a mente do Cynic, a bateria de Sean é o coração pulsante do grupo.

São oito faixas que trazem um Heavy Metal muito diferenciado, extremamente técnico e hipnótico, composto com muito detalhismo e cuidado. Uma pequena obra-prima da música pesada, que faz juz ao passado dessa ótima banda.

Grande álbum! Só espero que o próximo não leve outros quinze anos para sair...

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Animal Collective - Fall Be Kind (2009)


Na minha busca por bandas menos guitar-based, tenho encontrado algumas pérolas bastante interessantes. Esse EP do Animal Collective eu baixei na base da roleta-russa, depois de ler alguns bons comentários. Eu diria que pelo menos 5 faixas deste disco são excelentes. A primeira, "Graze", começa com voz e piano e talvez algum sintetizador ao fundo, muito lembrando trechos do primeiro disco do Guillemots, para descambar numa feliz melodia à base de panflute, transformando a porra toda numa festa andina. Comecei a pensar que os caras eram uns Vampire Weekend wannabes, mas essa ideia passou rápido.

A segunda faixa, "What Would I Want? Sky" é o ponto alto daqui. A música recebeu a improvável nota 10/10 do site Pitchfork (apenas a segunda vez que isso acontece). E faz por merecer, por tratar-se uma bela melodia e excelente letra. Após uma tempestuosa, porém etérea, introdução, a música acalma, com um vocal ao fundo repetindo a linha "whoa I walk, sky" (sampleado da música "Unbroken Chain", do Grateful Dead. Foi o primeiro sample autorizado de uma música deles), enquanto o vocalista Avey Tare toma a frente com competência. Mais uma daquelas músicas pop que entram pra história.

Segue, então, a melancólica "Bleed", que é quase à capela, com os vocais alternados entre Tare e o restante da banda. "On A Highway" tem jeitão de acidente de madrugada com flashes de vida, misturado com batuques meio tribais. "I Think I Can" fecha o EP com um excelente trabalho vocal da banda.

01. Graze
02. What Would I Want? Sky
03. Bleed
04. On A Highway
05. I Think I Can

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Alice in Chains - Facelift (1990)



















O Alice in Chains é o exemplo da banda certa no lugar errado. Acaso, destino... Seja como for, eles tiveram a sorte (ou azar) de estar em Seatlle quando o Nirvana e a trupe grunge tiveram todos os holofotes voltados para eles. E acabaram, é claro, sendo taxados de grunges. Fato que talvez não seja todo verdadeiro, pois além das influências vindas do Heavy Metal e do Hard Rock, o Alice in Chains possui um som muito particular. E sabe como é, nem todo mundo que tocava em Seatlle era grunge, assim como nem todo metaleiro é insensível.

Olhando Facelift - primeiro disco da banda - hoje, depois de mais de dez anos de seu lançamento, fica clara que as influências do heavy metal do Black Sabbath e do hard-rock são muito mais acentuadas do que enxergamos em "Bleach", do Nirvana, por exemplo. Logo, é difícil classificar a banda como sendo grunge, principalmente depois de acompanhar bandas como Megadeath, Van Halen, Slayer e Anthrax em algumas turnês. Entretanto, logo após a estréia do clipe de "Man in the box" na Mtv em meio a febre grunge, e a gravação de "SAP" - um EP com quase todas as faixas acústicas e com participações de Chris Cornell(Soundgarden) e Mark Arm (Mudhoney) - a banda se enquadrou, historicamente, entre o movimento que marcou a música no início dos anos noventa.

O ponto é que, mesmo com esse enquadramento, ao ouvir Facelift temos a impressão inegável de que sim, talvez exista alguma coisa grunge ali, mas, definitivamente, os rumos musicais do Alice in Chains são outros. Logo na primeira faixa do disco ("We Die Young") vemos Tony Iommi por detrás do riff de Jerry Cantrell, além dos vocais marcantes de Layne Staley, características essas que permeiam todo o trabalho do grupo; na seqüência está a falada "Man in the Box", riff mais do que conhecido por quem ouvia rock pelos idos anos noventa, e talvez a música mais inclassificável da época: não é pesada o suficiente para ser considerada heavy metal, em contrapartida, pesada demais para colocá-la ao lado de outras canções marcantes do grunge. Esse talvez seja o ponto mais marcante do Alice in Chains, é extremamente complicado definir o som deles.

Outra característica forte de Facelift são as baladas que, no mínimo, fazem com que um arrepio suba coluna acima. Entre essas estão, "Bleed to Freak", "I can't remember", "Confusion" e "Love, hate, love", onde arranjos lentos e pesados fazem a cama para letras como "You told me I'm the only one/Sweet little angel you should have run/Lying, crying, dying to leave/Innocence creates my hell"("Love, hate, love"), ou "These stand for me/Name your god and bleed the freak/I like to see/How you all would bleed for me"("Bleed to Freak"). Isso sem mencionar os vocais de Staley que dão às músicas o complemento exato para a criação dessa atmosfera sombria.

E ainda há faixas improváveis como "I know somethin (Bout you), que não seria exagero dizer que é possível encontrar alguma coisa de Red Hot Chilli Peppers por ali, ou "Put you down" que foge um pouco ao estilo visto nas primeiras faixas do disco.

Ou seja, de uma maneira geral, Facelift é um disco essencial para quem gosta de música. Quase tudo que seria visto nos próximos trabalhos do Alice in Chains - "Dirt" (1992) e "Alice in Chains" (1995) - estão lá, talvez de maneira pouco desenvolvida, mas inegavelmente estão lá. E só para lembrar, depois de "Alice in Chains" de 1995, a banda lançou "Alice in Chains - Unplugged Mtv" em 1996, "Nothing safe" (coletânea) em 1999, "Live" em 2000 e "Alice in Chains - Greatest Hits" em 2001. A banda terminou oficialmente em 2002, com a morte do vocalista Layne Staley devido a uma overdose. A banda voltou em 2009, com novo vocalista William Duvall, mantendo o bom nível dos trabalhos anteriores da banda.

Ps. A capa do CD tem a ver com carnaval, então... Não?

Novembers Doom - The Pale Haunt Departure (2005)

2005 marca o ano especial pra mim. Primeiro porque muitos discos extremamente interessantes foram lançados. Segundo, porque foi o ano que comecei a me aventurar no mundo das reviews de CDs de uma forma mais profissional, mandando meu material para sites especializados, e obtendo algumas boas respostas.

2005 foi o ano que eu conheci o Novembers Doom e Paul Kuhr, seu vocalista. Se você não conhece esse grupo, eles desenvolvem uma vertente do Metal chamada "Death/Doom". Riffs característicos do Death Metal, rasgados, cortantes, potentes, com a melodia muitas vezes arrastada do Doom Metal, com vocais lentos e aflitos. É um resumo grosseiro. Afinal, o Novembers Doom se caracterizou por sair da mesmice que virou esse sub-gênero, que, de uma hora pra outra, recebeu uma enxurada de bandas mais-do-mesmo. A técnica do guitarrista Lawrence Roberts, que deve ter o maior cabelo do Metal é impressionante, intercalando riffs matadores, com levadas quase que de baladas, numa mesma música.

O vocal de Paul Kuhr é algo de assombroso. Vocalista extremamente técnico, passeia entre o gutural e o límpido e cristalino com total desenvoltura.Conseguindo repetir exatamente o desempenho ao vivo do desempenho de estúdio, Kuhr consegue ter um dos vocais mais agressivos da cena, e mesmo assim qualquer pessoa que escuta consegue entender cada sílaba pronunciada por esse monstro. 2005 começou a demonstrar que eles não seriam apenas outra banda.



















O lançamento de The Pale Haunt Departure marcou o começo de uma nova fase para a banda. Apesar dos excelentes lançamentos anteriores, em termos de composições e de harmonia, esse disco superou tudo que o grupo tinha feito até então. Letras densas, introspectivas, com destaque para "Dark World Burden", com um refrão grudento:

I live in a dark world, where no light shines through.
I carry this burden with every step I take.
Thrust myself into a new days end.
And focus on the hour glass, to help pass the time.

A balança entre a agressividade do Death e a melancolia extrema do Doom alcançou seu equilíbrio perfeito no Novembers Doom. Paulo Kuhr consegue mostrar como produzir um disco de cunho extremamente pessoal, mas perfeitamente acessível, recheado de técnica e bom gosto. A banda, que entrou para o hall dos gigantes, lançou mais dois discos depois deste, igualmente ou mais espetaculares ainda, que aparecerão por aqui mais cedo ou mais tarde.

Hail, Novembers Doom!

Link nos comentários.

Silverchair - Frogstomp (1995)

Momento nostalgia. Fundo do baú. Túnel do tempo. Whatever. Tinha 15 anos quando pus as mãos no primeiro disco do Silverchair, comprado na antológica Vinil por meros 24 reais (e era importado). E pus as mãos com 3 anos de atraso em relação ao lançamento do disco, quando os 3 membros da banda também tinham meros 15 anos. Na verdade, eu já tinha ouvido falar do Silverchair em 96 ou 97, quando li uma nota sobre eles na Showbizz, tecendo comparações com a minha banda preferida da época, o Pearl Jam. Mas como o acesso à música na década passada era um tanto mais precário que hoje, não pude fazer uma comparação do it yourself. Mas a nota falava sobre a semelhança entre as bandas, tanto no som grunge como nas letras tristes de Daniel Johns e Eddie Vedder. Isso atiçou bastante minha curiosidade, mas só pude ouvir a primeira música deles em 97 mesmo, quando vi, por acaso, o clipe de "Tomorrow" na MTV(quando esta era boa). Fiquei emocionado com o peso, a estrutura verso-leve-refrão-pesado tão característica do grunge - que àquela altura estava praticamente morto, com o fim do Soundgarden e o estado lisérgico de Layne Staley - e com o alcance vocal do então garoto espinhento Daniel. Convenhamos, é uma música do caralho.

Mas como uma gravadora resolve apostar em 3 pirralhos australianos metidos a gente grande? Simples: ganhando um concurso chamado Pick Me, promovido por uma TV (SBS) e uma rádio (Triple J) australiana. Eles concorreram com a mesma "Tomorrow" e, como prêmio, a rádio regravou a canção e a ABC produziu um vídeo para os até então chamados Innocent Criminals. No momento do lançamento do single, foi dada à banda a opção de trocar de nome. O Silverchair pode ter vindo a) de uma lista fornecida pelo seu empresário; b) de um livro de Nárnia chamado "The Silver Chair" ou c) da mistura de "Berlin Chair" do You Am I com "Sliver" do Nirvana.

Qualquer coisa, menos burra, a Sony logo tratou de aliciar os meninos com um contrato para 3 álbuns. Aquele single de "Tomorrow" foi lançado em agosto de 94, ficando seis semanas como #1 na ARIA, a Billboard australiana. Em 95, "Tomorrow" - já uma puta velha, de tão rodada - foi re-regravada e ganhou um novo vídeo para o exigente mercado americano. Resultado? A música foi a mais executada nas rádios de rock americanas nesse ano.

Senhores, então temos um fenômeno. Apressadamente, porque o tempo urge, eles entraram em estúdio para gravar esse Frogstomp em míseros 9 dias. Isso, nove dias. E eles, repito, tinham 15 anos e ainda trocavam partituras por cadernos repletos de fórmulas químicas e redações, pois insistiam em ir à escola. E em tão tenra idade, é de surpreender o conteúdo melancólico das suas letras e composição redonda das músicas. Toda a raiva, a angústia e o queijo adolescentes estão presentes nas onze faixas. As comparações com o Pearl Jam deixaram os caras chateados, pois eles consideravam como influência o Black Sabbath, ao invés dos fab-five de Seattle. Aliás, sobre o Frogstomp, Daniel Johns recentemente afirmou detestá-lo, assim como seu sucessor, Freak Show, dizendo que ambos foram escritos por sua "banda de ginásio". "Eu não considero que os dois primeiros álbuns eram Silverchair. Eu os ouço e faço 'que bonitinho!', especialmente o primeiro", disse ele.

Bonitinho ou não, o disco alcançou o Top 10 da Billboard, transformando o Silverchair na primeira banda australiano a conseguir tal feito desde o INXS, vendendo 2.500.000 de cópias mundo afora (uma ainda é minha). Não tenho certeza, mas o som desse disco costuma ser mais alto que os demais que possuo. A distorção das guitarras e bateria aperreada contribuem bastante pra isso, desde a introdução no baixo em "Israel's Son", que depois descamba para um Johns de voz distorcida e pegada arrastada, até chegar ao final acelerado.

"Pure Massacre" também teve clipe e também virou hit, com seu início percussivo. Destaque também para a balada "Shade" e para a instrumental-sensacional "Madman". O disco encerra-se de forma até alegre, com a rapidinha "Findaway", dando números finais ao álbum. Deve ter sido a música composta em meio ao champagne do sucesso.

01. Israel's Son
02. Tomorrow
03. Faultline
04. Pure Massacre
05. Shade
06. Leave Me Now
07. Suicidal Dream
08. Madman
09. Undecided
10. Cicada
11. Findaway

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Iced Earth - Horror Show (2001)

Era 2001, e a relação do Iced Earth com a renomada gravador Century Media estava pra lá de desgastada. O egocêntrico guitarrista e "dono" do Iced, John Schaffer, estava se sentindo pressionado pelos pedidos da gravador de gravar um último álbum no contrato que estava se encerrado. Schaffer, irritado pelos pedidos, alegando "hiato criativo", resolveu produzir um CD até então inusitado: Um álbum conceitual, que tinha como temática filmes clássicos de horror, como Frankestein, Conde Drácula, O Médico e o Monstro, o Fantasma da Ópera, entre outros. Nascia o Horror Show.

Com um processo de gravação rápido, o CD, que poderia se tornar um fiasco, por ter sido feito "de qualquer jeito", virou na verdade um dos marcos na carreira da banda. É oito ou oitenta. Ou você o ama, ou o detesta. Mas o que é inegável é que, dois anos após o épico Alive In Athens, já resenhado aqui, a banda ainda estava em seu ápice técnico.

As paletadas furiosas de Schaffer na introdução de Wolf, seguido pelo urro ensurdecedor de Barlow, na música mais alucinente do CD é apenas uma amostra do que o ouvinte pode esperar.

Ghost of Freedom tem um quê de balada, de um hit mais acessível para quem não curte muito porradaria, terminando com um coro de orquestra, com os dizeres: Don't tread on me...live free or die!!!
To our fallen brothers
You died to keep us free
To our fallen brothers
Who gave us liberty!

Essa passagem deixa uma coisa clara: Tanto nessa música como nas outras, as composições são extremamente criativas e competentes, não soando infantis nem toscas. Barllow, que nessa época era o melhor vocalista do Heavy Metal, auxiliou Schaffer nas pesquisas, e mostrou que a parceria dos dois era excelente, antes do guitarrista ter um surto egocêntrico e quase que expulsar o vocalista da banda.

Jekyll e Hyde, pra mim a melhor música do CD, mostra claramente o diálogo esquizofrênico entre o médico e o monstro, bem como a dualidade e luta que se travava dentro da psiquê do primeiro. Tudo regado a solos matadores e riffs cortantes, sem frescurinha ou viadagens. Destaque para a bateria de Richard Christy, um dos 380 bateristas que passaram pelo Iced.

Um CDzasso, que está no topo da minha lista.

Vai nos comentários e cata ele.


Tracklist:
1. Wolf (Inspirado no filme The Wolf Man)
2. Damien (Inspirado na série de filmes The Omen)
3. Jack (Inspirado em Jack, o Estripador)
4. Ghost of Freedom (Inspirado no filme O Patriota)
5. Im-Ho-Tep (Pharao's Curse) (Inspirado no filme A Múmia)
6. Jekyll & Hyde (Inspirado no livro The Strange Case of Dr. Jekyll & Mr. Hyde)
7. Dragon's Child (Inspirado no filme Creature Of Black Lagoon)
8. Transylvania
9. Frankestein (Inspirado no livro homônimo)
10. Drácula (Inspirado no livro homônimo)
11. The Phantom Opera Ghost (Inspirado na novela O Fantasma da Ópera)
O petardo já vinha sendo anunciado há tempos. Eu, sinceramente, já vi bandas gravarem covers de uma ou outra música e encaixar em seus discos. Mas não lembro de nenhuma que tenha regravado um álbum inteiro. E não é qualquer álbum. É aquele intocável, o que muitos consideram o maior da história do rock. É preciso responsabilidade. Banda? The Flaming Lips.
Tudo bem, é minha atual banda preferida (é assim mesmo. Vai, Mars Volta), mas não é uma bandinha qualquer. Os discos deles falam por si só. Já rolava uma tendência para que isso ocorresse, depois que eles lançaram o "Late Night Tales", um álbum recheado por músicas/bandas que influenciaram os Lips. Mas não eram versões deles, apenas as originais (com exceção de "Seven Nation Army", do White Stripes).
Como disse um amigo meu no trabalho: o mérito desse disco é que eles regravaram o Pink Floyd sem parecer o Pink Floyd. E a ideia do cover é essa, mostrar a música copiada sob uma luz diferente, com a cara da banda copiadora. E o resultado, de fato, é surpreendente. E eu não consigo imaginar outra banda capaz de realizar esse feito de forma tão criativa. Até pensei no Tool, mas acho que eles são tão pragmáticos, tão cartesianos, que não ia era mudar nada. Os Lips são inquietos e tem um toque muito pessoal. Delícia de cover. Histórico.
A tracklist, pelamor, vocês já devem saber de cor. Visitem os comentários pra saber do que eu tô falando.
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