Top 30 | #28 | Prodigy - The Fat Of The Land (1997)


Enfim, o homem colocou um disco decente aí. O Perfect Circle, diria, é um Tool mais acessível, saindo de temas como filosofia oriental, essência humana e aliens para uma atmosfera mais medieval, antiga. Brevemente, eles aparecerão de novo aqui.

Quando era jovem, nutria um preconceito terrível pela chamada música eletrônica e suas vertentes, o tecnô, o house, o drum n' bass, sasporras. Muito disso veio da insuportável Jovem Pan e Suas Sete Melhores. Então, tudo o que se ouvia era Scatman John, Corona, Haddaway e Double You. E isso, convenhamos, era um lixo. Então, pra mim, se não tinha guitarra - como já dissera em outro post - não prestava. Tinha que ser sujo e pesado (não um XXX, ncecessariamente). Em meados de 97, 98, eu já estava enveredando pro lado do industrial, depois de ouvir a trilha de O Corvo, com Gravity Kills e Machines Of Loving Grace, e de conhecer Trent Reznor. A mistura do eletrônico com o rock começou a soar redonda.

Então, pra curtir o Prodigy nem foi tão difícil. Era eletrônico? Sim. Mas tinha peso, inclusive até algumas guitarras. Mas, mais que o peso dos instrumentos, havia a atmosfera suja, junkie e subterrânea. Quando "Breathe" estourou, foi uma revolução na minha cabeça. Do visual dos caras ao visual do próprio clipe, passando pelo som cadavérico dos sujeitos. O baixo frenético e alto, a batida seca e a guitarra distorcida do refrão transformavam aquilo num... rock.

"Firestarter" foi outra que pipocou, e seguia a mesma linha da primeira. O sotaque fortíssimo de Keith Flint, a batida alucinante e um instrumental que muito lembra um amedrontador zumbido de inseto faziam dela uma música pouco apropriada para pistas de dança. Caso tocasse numa pista de dança, pouco se conseguiria em termos de flerte.

Mas a verdadeira polêmica girava em torno da faixa que abre o disco, "Smack My Bitch Up". A introdução da guitarra já dá o tom da música. Mais pesada que ela, só o clipe. Filmado em primeira pessoa, contém cenas de agressão, aplicação de drogas, direção irresponsável, nudez e sexo, tendo sido proibido em uma porrada de países. E onde é liberado, o clipe só pode passar depois de 0h. Não sei se esse tipo de repressão funciona. Pra mim, serve mais para instigar e dar más ideias.

Excelente disco. Um divisor de águas do gênero, na época. E pra fazer uma banda de eletrônica participar de festivais de rock mundo afora e ser bem-recebida, tem que ser bom mesmo.

01. Smack My Bitch Up
02. Breathe
03. Diesel Power
04. Funky Shit
05. Serial Thrilla
06. Mindfields
07. Narayan
08. Firestarter
09. Climbatize
10. Fuel My Fire

Prodigy - The Fat Of The Land

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