Meu Top 30 | #30 | Morphine - Yes (1995)


Antes que os carnívoros do metal baixem por aqui de novo, vou soltar um clássico do cancioneiro norte-americano. Música de VERDADE, sabe? Porque essa galera acha que ganha quem grita mais alto. Eu acho que isso funciona só até a 5ª série. Pois, o Morphine foi uma das bandas mais prolíficas dos anos 90. Mark Sandman era a grande cabeça por trás da grande sacada da banda, que era misturar jazz e blues ao rock. Até aí, nada original. Mas trocar a guitarra por um saxofone e manter a pegada é um feito memorável. E eles conseguiram isso com maestria.

Sandman era o baixista da banda e costumava tocar seu instrumento (o baixo) com apenas duas cordas. E ainda assim, o som saltava gravemente, com técnica refinada. Já tinha ouvido falar do Morphine desde a época que eles ainda tocavam, mas só resolvi ouvi-la há dois anos atrás, pois antigamente tinha preconceito - quase um TOC - com bandas que não tinham guitarra.

Esse é o terceiro da banda e, na minha opinião - que aqui tem valor divino - o melhor dos caras. Se eu fosse eleger um disco para passar uma noite inteira na base do whisky - bebida que não passa pela minha laringe - certamente seria esse. Afundaria numa poltrona gigante, com aparador ao lado e uma garrafa de Jack Daniel's. O Morphine, aqui, consegue ir do depressivo ao dançante com um simples toque no FF do seu som.

A faixa que abre o disco, "Honey White", é das mais agitadas e animaria qualquer festa. "Scratch" é divertida, mas começa a ter uns traços de melancolia. "Radar" tem uma batida sólida, pesada. Em "Whisper" a pressão começa a cair e você começa a se sentir só, com seu copo quase sem gelo. O piano grave faz você querer ligar para a recepção do flat e pedir para ficar conversando com a recepcionista. A faixa-título é quase uma vinheta, bem divertida. Já dá pra levantar, estalando os dedos, e pegar um tubo de Pringles. "All Your Way" é bem pra cima e tem um riff legal de sax. "Super Sex" é minha preferida. O refrão dá vontade de bater cabeça com o copo na mão, derramando tudo no chão. Totalmente sex, drugs & rock n' roll, literalmente. É onde o vocal de Sandman mais se destaca no disco. "I Had My Chance" vai lhe nocautear de volta pra poltrona, pra encher o copo que derramou no carpete. É, de longe, a música mais melancólica do disco. Se você não virar o copo até o fim da música, vai chegar até "The Jury", a faixa experimental, nada mais que Sandman falando a letra com um fundo musical distante. E esse fundo, com a interpretação dele, dá um ar cinematográfico e perturbador à canção. Muito boa. "Sharks" é a próxima, anunciando a parte final do disco. É a mais veloz que você vai ouvir. "Free Love" é a que mais se aproxima de um metal. Ela é lenta, densa e arrastada, levada o tempo todo na condução da bateria. E, pra encerrar o pão sírio, "Gone For Good" é a balada que tira todo o peso das outras 11 faixas e faz você levantar da poltrona para escovar os dentes e ir dormir.

Mark Sandman morreu durante um show na Itália, em 99, aos 46 anos, vítima de um fulminante ataque cardíaco.

01. Honey White
02. Scratch
03. Radar
04. Whisper
05. Yes
06. All Your Way
07. Super Sex
08. I Had My Chance
09. The Jury
10. Sharks
11. Free Love
12. Gone For Good

Vale o download: Morphine - Yes

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