Blackfield - Blackfield (2004)

23set
2009
Dizem que uma música boa ultrapassa qualquer classificação ou rotulação reducionista. Isso vale, também, de modo geral, para bandas ou determinados artistas. Isso vale duplamente para esse post. O Blackfield, que se iniciou em 2000, é uma colaboração do músico e produtor musical inglês Steven Wilson, juntamente com o músico e compositor israelense Aviv Geffen. O som da banda ultrapassa as barreiras da rotulação convencional.


A banda toca uma música Pop de excelentíssima qualidade, combinando elementos de música Folk inglesa (Perfect World), Metal tradicional (Once) em determinados riffs, além do uso de instrumentos do Oriente Médio, o que deixam a sonoridade ainda mais atraente. Essa profusão de ritmos se deve, em muito, ao universo quase infinito de atuação dos dois músicos. Steven Wilson é produtor de grandes bandas no cenário Metal, como o Opeth, Katatonia, além de participar (e comandar) diversos outros projetos musicais, em vertentes distintas, como o No-Man (música ambiente), Porcupine Tree (Rock Psicodélico e de diversas influências), Orphaned Land (produtor), além de outros 3 ou 4 projetos de menor expressão.

O Blackfield tem dois discos lançados. Um disco homônimo, de 2004, e Blackfield II, de 2007. O primeiro, que é o que está sendo analisado em questão, detem uma sonoridade um pouco mais melódica do que o segundo, que soa mais agressivo e com mais influências do Rock 'n' Roll/Metal. Esse primeiro material, segundo Steven Wilson, remonta ao primeiro encontro que tive com o Aviv, onde vimos que nossas concepções acerca de música batiam de forma significativa, e começamos o projeto.

O que se percebe quando se ouve o disco apenas uma vez, é uma explosão criativa, com letras de cunho pessoal, falando acerca de desilusões, sociedade, amores e a força da amizade em momentos de decepções, além da vida em sociedade em geral. O Blackfield é uma prova cabal de que música Pop (considerada mais "acessível" musicalmente, embora eu não saiba muito bem o que isso quer dizer) não precisa ser entupida de peitos siliconados (nada contra eles) nem parcerias com rappers com dentes de ouro (tudo contra eles), e não precisa ser recheada apenas de "baby" ou afins.

Pode sim ser prolífica, criativa e bastante bem produzida. O disco ganhou diversos prêmios quando foi lançado, o que, para um projeto que tinha por intenção ser apenas um "desafogo" dos dois músicos, é bastante recompensador. Músicas como Open Mind, Blackfield, Hello e Pain dão a cara do que é a banda. Não existem líderes ou hierarquias. Uma hora, Steven Wilson canta, outra hora, Aviv Geffen, outra hora, ambos. É tudo muito harmônico e sincero, e isso, obviamente, transparece para quem ouve.

Uma música sincera, recheada de feeling, e com músicos completos e técnicos. O Blackfield é uma de minhas bandas preferidas. Dê uma sacada, e se gostar, entre no mundo paralelo de Steven Wilson.

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1 comentários:

Lidiane P. disse...

Putz! Adoro esse cd *_*
gosto tanto que estou ouvindo agora =P

=*

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