Progressivo blablabla. Uns carinhas plagiando música celta do século XII e achando que fazem algo grandioso. Um bando de nerd que, não bastasse evocar umas bruxas e deuses pagãos, ainda se vestem como há 800 e tantos anos atrás. Vão ali jogar meia hora de RPG.
Essa vertente trovadora do progressivo eu ignoro. Não acrescenta nada. O estilo surgiu como algo inovador, não apenas fundindo a música clássica ao rock, mas desenvolvendo um extenso trabalho de composição que incluía constantes variações de tempo, utilização de instrumentos sinfônicos de cordas e metais e utilização de cálculos matemáticos, o que produziu, principalmente nos anos 70, canções tecnicamente riquíssimas.
Muita gente fala do
Pink Floyd, do
Yes, do
Jethro Tull, do
Genesis e acaba deixando de lado a melhor banda do gênero:
King Crimson. Eles possuíam todas as características supracitadas e, como se não bastasse, eram excelentes músicos (tá, eles ainda tocam, mas estou me referindo aos anos 70). Enquanto o
Yes parecia confortável em seu lugar-comum e com um vocalista irritante, o
Pink Floyd soava demasiadamente pop, o
Tull mais parecia uma caricatura de seu vocalista e o
Genesis perdia terreno com a saída de
Peter Gabriel, o
Crimson, com todas as mudanças de formação, sempre soava diferente, como se fosse uma nova banda a cada disco.
Lizard é o terceiro álbum do
King Crimson e, pra mim, o mais divertido. Aqui, eles abusam do uso de sintetizadores, mellotrons e muitos metais, deixando as guitarras em segundo plano. O disco começa com o ar grave de
"Cirkus", com seus violões e metais, pero sin perder la ternura. O trompete no final da música é sensacional.
"Indoor Games" é uma das minhas 5 músicas preferidas deles, a começar pelo título inusitado. Ela parece um dia de domingo no parque, com a família fazendo piquenique em cima da toalha quadriculada.
"Happy Family", logo, acaba sendo uma continuação, com o mesmo clima ameno.
"Lady Of The Dancing Water" é mais melódica e tranquila, como o fim da tarde do domingo.
"Lizard" é o grande épico que fecha o álbum, com seus 23 minutos. A música viaja por várias trilhas, pequenas músicas dentro dela mesma.
Sem dúvidas, um dos melhores e mais curiosos álbuns do
Crimson, pela sua ousadia, sua inovação. Enquanto outras bandas estavam mais preocupadas em reciclar, eles, sob a tutela de seu dono,
Robert Fripp, quebravam a cabeça para criar.
01. Cirkus
02. Indoor Games
03. Happy Family
04. Lady Of The Dancing Water
05. Lizard
King Crimson - Lizard
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