Antes de lançar seu primeiro disco, Dias Y Flores, o cubano Silvio Rodriguez já havia composto dezenas de canções, nas décadas de 60 e 70. Grande parte delas foi escrita enquanto esteve trabalhando durante 5 meses de 1969 em um barco de pesca. E esse período está registrado nesse álbum - que não consta na discografia oficial, mas é - entitulado Cuando Digo Futuro, onde ele viaja entre a tradicional e suingada música cubana e o rock, prezando pelo intimismo do movimento da Nueva Trova Cubana, do qual fez parte e seria o equivalente à bossa nova ou a tropicália. E junto com seu comparsa Pablo Milanes, formavam uma espécie de Gil e Caetano hispânicos.
O disco abre com "Ojala", talvez seu maior sucesso. A letra é espetacular, na sua dicotomia atração-repulsa:
Ojalá se te acabé la mirada constante, la palabra precisa, la sonrisa perfecta
Ojalá pase algo que te borre de pronto
Una luz cegadora, un disparo de nieve
Ojalá por lo menos que me lleve la muerte
Para no verte tanto, para no verte siempre
En todos los segundos
En todas las visiones
Ojalá que no pueda tocarte ni en canciones
Depois passa para a roqueira "Fusil Contra Fusil", feita em homenagem a Che Guevara (a música fecha a parte I do filme). Daí, segue para a homônima "Cuando Digo Futuro", que é uma delícia, um suingue raro, impossível de manter os pés parados. E quando ela acaba e você pensa que vai sentar pra descansar, eis que chega "Cancion De La Nueva Escuela" e seu clima de cabaré. Na sequência, aparece "Era Esta Pariendo Un Corazón", mais um rockzinho para Che. O disco também tem minha música preferida dele, "De La Ausencia Y De Ti", que tem uma letra épica, perfeita. E fecha com a emocionante "De Una Vez", num dueto de Silvio com Pablo Milanés.
01. Ojala
02. Fusil Contra Fusil
03. Cuando Digo Futuro
04. Cancion De La Nueva Escuela
04. Cancion De La Nueva Escuela
05. Era Esta Pariendo Un Corazon
06. Cancion Del Elegido
07. De La Ausencia Y De Ti, Velia
08. Oveja Negra
09. Cuba Va
10. De Una Vez