Tecnicamente, a banda não deixava nada a desejar. Pode-se dizer que era pau a pau com o Tool da época. Melodias bem criadas, batidas quebradas no melhor estilo King Crimson, peso na medida certa, tudo o que ninguém fazia nos pobres anos 90. A primeira faixa, a supracitada "Spasm", é agressiva e ideal para iniciar o disco. E, falando no Crimson, eles mandam bem no cover de "Cat Food", mantendo a tom meio poker em mesa de pub. "Velvet" é outra que merece destaque, pelo som grave, intercalando com riffs soturnos.
"Dougal" é fantástica pelo tom crescente do seu riff durante o "refrão instrumental" da música, o que dá um clima assombroso. Essa é pra escutar direto. E o som da banda é tão parecido com o do Tool que dá a impressão que os guitarristas usam a mesma distorção. "Burn" já conta com uma batida rápida e guitarras agudas ao fundo se sobrepondo. Boa música.
Mas sem dúvida, a grande música do disco, a mais bem tocada, a mais famosa, a mais soturna, o grande destaque é "You Lied". Claro, não dá pra comparar o vocal de Simon Oakes com o alcance de Maynard James Keenan, mas o sotaque britânico dá um plus na música.
A grande dúvida é: como um álbum recheado de boas canções, bem produzido e reverenciado por uma das bandas mais competentes do mundo não consegue emplacar? Curiosamente, o álbum foi relançado em 2000 (ano de lançamento do "Salival" do Tool, que continha uma versão ao vivo de "You Lied") e obteve certo destaque nas vendas e crítica. Isso animou Oakes e Rob Havis a montarem uma nova banda, o Sons Of The Tundra, que ainda não conheço.
01. Spasm
02. Naked
03. Catfood
04. Velvet
05. Dougal
06. Burn
07. Signposts In The Sea
08. You Lied
09. Don't Make Me Your God
10. Peach
1 comentários:
Porra... Das antrolas. Vamos ver.
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