Top 20 - #17 - Tuatha de Danann - Trova de Danú (2004)

O Tuatha de Danann já é reconhecido como um dos grupos mais criativos e talentosos do cenário nacional. Trova de Danú não é apenas o melhor disco da banda até agora, mas é a maior prova de que com um pouquinho de dedicação é possível vencer as limitações impostas a quem faz música de forma independente e não se dispõe a fazer concessões em nome do sucesso.

O Tuatha mudou de gravadora, mas a sonoridade continua intacta e mágica como na época das demos, com apenas um diferencial: a natural evolução técnica dos músicos e a ampliação do uso de instrumentos exóticos para conduzir o ouvinte numa viagem pelo folclore celta. Tudo isso feito com muito amor pelo Heavy Metal e muita dedicação por parte dos músicos.












É muito difícil não gostar desse disco logo de início. A música conquista de imediato, mesmo aqueles que não são entusiastas do Folk Metal. Aliás, nem só de Folk Metal é feita a música do Tuatha. Nesse trabalho, as influências do Doom Metal praticamente desapareceram, mas a pegada Jethro Tull que a banda sempre teve está ainda mais forte.

“Bella Natura”, a faixa que abre o disco é veloz e pesada, mas com uma atmosfera “pra cima” que contagia até o mais mal humorado dos headbangers. “Lover of the Queen” tem uma pegada mais épica, portanto, mais característica dos trabalhos anteriores da banda. A interpretação de Bruno Maia é magistral nessa faixa. “Land of Youth” é a faixa mais Skyclad da carreira do Tuatha. Violões em profusão e aquela batida rapidinha, mas bem reta (ouve-se até um banjo nessa música. Muito legal mesmo). A própria deusa Danú aparece para cantar em “De Dannan’s Voice” e o resultado é, no mínimo, indescritível. “The Land’s Revenge” é uma das minhas favoritas pelo fato de ser despretensiosa e lindíssima ao mesmo tempo.

As flautas de Bruno estão em destaque aqui e toda a banda fez um excelente trabalho numa faixa melódica e muito pesada, talvez até lembre um pouco a nova fase do Angra, mas nada muito explícito. O disco segue com faixas maravilhosas como “Spellboundance”, “Believe: It’s True” e a impressionante faixa-título, dentre outras.

Difícil encontrar defeitos num disco que transborda honestidade e feeling. O meu maior medo era que o Tuatha começasse a aliviar o “delírio” contido nos trabalhos anteriores em nome de uma maior facilidade de penetração na grande mídia (sem trocadilhos infames, por favor). Mas, para a sorte de nós, fãs do trabalho único dessa banda, isso não aconteceu. Ao contrário, como eles prometeram no disco anterior, o delírio está apenas começando.


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